A parceria com a Bibiloteca do Colégio
de Aplicação UFRJ nos rendeu um dia maravilhoso com a apresentação do grupo
TAPETES CONTADORES DE HISTÓRIAS.
Desde 1998 o grupo produz e
realiza espetáculos a fim de despertar o gosto pelas artes e pela leitura. Para
tanto utiliza-se de tapetes, malas, aventais, caixas e livros de panos como
cenários, mesclando narração de histórias, formas e teatro desenvolvendo,
assim, uma linguagem própria.
Belos painéis e objetos criados no Brasil e Peru – cheios de
detalhes, bolsos e surpresas – servem de cenário a fábulas e contos fantásticos
da África e América Latina, com direito a um espelho mágico que desafia um
jovem andarilho na conquista de sua princesa,(conto
popular brasileiro, compilado por Luís da Câmara Cascudo),
a uma agulha mágica que ajuda a
pequena Malena a cuidar de sua mãe (da autora argentina Cláudia Macchi).
No Conto popular João Bobo (adaptação
Ana Maria Machado), três caixas de pano se transformam em tapetes para que João
Bobo apronte suas confusões:
Era uma vez um
menino que nasceu meio bobo e foi crescendo mais bobo ainda. Era muito
prestativo, amigo das pessoas, carinhoso com os bichos, só não era muito
inteligente. E todo mundo zombava dele por causa disso. Na aldeia onde morava,
puseram logo nele o apelido de João Bobo. E era só ele sair na rua e já vinha
uma molecada atrás, implicando e cantando:
Ai que belezoca João! Bobo é um boboca!
Certo dia a mãe
de João resolveu mandá-lo até a feira para que ele comprasse uma agulha para
sua máquina de costura, chegando na feira João fez amizade com um papagaio, passou
a ir a feira constantemente, uma hora para comprar manteiga, outra para comprar
um leitão, hora para comprar leite, sempre levando comida para o amigo
papagaio, quando chegava em casa a mãe de João sempre se indignava, pois João
nunca chegava com o produto inteiro em casa, até que chegou o dia em que sua
mãe não mais o mandou a feira, pois não aguentava mais tanta confusão. Foi aí
que a vizinha pediu para João ir até a feira comprar uma galinha para cozinhar
para o almoço, chegando na feira João comprou a galinha e ganhou de brinde o
papagaio que já se tornara seu amigo, colocou os dois sobre os ombros e rumou
para casa, de longe avistou os meninos que sempre zombavam dele, neste dia João
resolveu desviar-se dos colegas que de longe já cantavam sua musica zombeteira.
João foi por um caminho que não costumava passar, e desconhecia a história de
um fazendeiro muito rico que tinha uma filha muito doente, que nunca sorria, o
fazendeiro havia prometido que o rapaz que um dia conseguisse fazer sua filha
sorrir, casar-se-ia com ela e herdaria toda a sua fortuna. E la se foi João,
com uma galinha sobre um ombro o papagaio sobre o outro e cantando:
Ai que belezoca João! Bobo é um boboca!
Ai que belezoca João!Bobo é um boboca!
A menina que nunca sorria estava na janela de sua casa, quando na estrada
aponta João cantando e cheio de aves, a menina pos se a rir em altas
gargalhadas, a família dela gargalhava e todos ao redor gargalhavam assim como
João também. Como prometido, após alguns anos João se casou com a ex moça
triste e se tronou muito rico, e os amigos que zombavam de João continuam
gritando e cantando quando ele passa, mas hoje cantam:
Hei, hei hei, João bobo é nosso rei!
E assim, vivemos felizes e que o encanto deste dia fique para
sempre!!!
“No
fio das histórias, como no fio da vida, cada um tece o seu tapete”